sexta-feira, 30 de setembro de 2011

        Histórias de um Jeca tatu

Quando era um pimpolho, eu adorava ir à casa de meus avós e comer os figos e pitangas nas árvores. Sempre que o domingo chegava, havia um grande encontro para o churrasco. Trata-se de memórias que vivem até este dia na casa. Após o churrasco, todos conversavam menos eu e minha irmã. Nós íamos assistir à TV e minha avó era a única que implicava. Na época era chato, mas, agora, só tenho suas lembranças.
Meus avós faleceram faz tempo e, com esse tempo, muitas memórias foram perdidas. Mesmo com a diminuição das memórias, sempre terei aquelas que colaboraram para a pessoa que sou hoje, um adorador de churrasco e polenta que gosta de paz.
Eu nunca gostei muito de minha irmã, e sempre buscava algo para provocá-la e irrita-la. Sendo o irmão mais novo, era algo que devia fazer. Até que em um dia, eu comecei a irritar minha irmã com figo, uma “guerra de figos”, mas minha avó viu a “guerra” e, infelizmente, quem deu o primeiro tiro. Ao sair de sua casa, pegou uma taquara de uns 4 metros e começou a me “perseguir” e a falar que meu santo ser era um “Jeca tatu”. Mesmo depois da “guerra”, minha avó nunca se irritou comigo, sempre amável e curiosa, sempre uma pessoa que cuidava dos outros e os alimentava. Nunca irei me esquecer de seus “bolinhos de chuva”.
Mesmo não me lembrando muito de meu avô, nunca irei esquecer de seu amor pela polenta e a prioridade dos figos. Na casa de meus avós estão minha lembranças e é a este lugar que elas pertencem.

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